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Algodões ou esparadrapo?!
Posted April 25, 2015
on:Você já reparou na capacidade ilimitada e surpreendente que as crianças tem de obter o melhor de suas experiências? Se você reparar bem, nem é preciso ensiná-las. Aliás, tudo tende a funcionar ainda melhor quando você, adulto, pai, mãe, responsável, educador, emitir o menor número de impressões, deixando a criança de fato livre para experimentar a situação e chegar a suas próprias conclusões. Conclusões que somadas e interligadas, um dia, naturalmente construirão o tão almejado aprendizado.
Minha filha tem uma mãe sonhadora e absolutamente transparente. Tenho dificuldade de admitir um mundo regido por aparências e sonhar com um lugar onde podemos expressar quem somos e realizar nossos sonhos é uma tentação a qual não consigo resistir. Como o universo é sábio e mágico, minha filha conta com outros pontos de vista diferentes do meu em suas relações. Pessoas como perspectivas de um mágico caleidoscópio. Possibilidades; o mundo é feito em primeiro lugar de um número infinito delas, nada mais.
Algodões surgiu como uma sonho. Uma cidade pequena no litoral da Bahia. Vida simples, natureza, convivência saudável, ideais convergentes de um novo mundo que se constrói a medida que se sonha e se busca. – “Algodões, Algodões, Algodões…” era minha música durante os mês que antecederam nossa viagem. Era meu mantra por uma realidade, senão ideal, então apenas mais próxima do sonho de uma vida mais acessível, justa, pura. Possível.
-“Esparadrapo, esparadrapo, esparadrapo…” Era o mantra oposto recitado por meu companheiro Gustavo. Laura ouvia e ria. O sonho e a realidade como um desafiador contraponto à felicidade: sempre existe a pior possibilidade. Assim seguimos fazendo tudo o que precisava ser feito. Eu sonhando, arrumando, cozinhando, correndo, cantanto. Gustavo correndo, mudando, cozinhando, encontrando soluções e nos lembrando que até que se torne realidade, sonhos são apenas sonhos.
Pois lá fomos nós. Corajosos, destemidos, abertos, entregues. Algodões nos recebeu com chuva e frio depois de uma viagem difícil. O mar de que ouvimos falar era divino, de águas cristalinas, com piscinas naturais. O que se apresentou a nós era revolto e turvo. Igualzinho ao mar que havíamos deixado para trás num dia de vento sul. Depois de dois dias de tempo bom que nos anunciava a descoberta da mágica vida nova em Algodões, Laura caiu de febre. Uma febre nunca tida antes. Três dias de zumo de gengibre com limão, própolis, compressas, banhos, colo, muito colo. Noites em claro, reza. Estranho, a febre só aumentando.
Algodões era muito mais difícil do que no sonho. Palavras mal interpretadas, promessas que não se concretizam, projetos pessoais que não alcançam o social. Expectativas servem para serem frustradas em primeiro lugar. Sem carro, conseguir comida de qualidade – como tanto prezamos e estamos acostumados, nada extravagante, brócolis e cenoura não poderia ser pedir demais – mostrava ser um desafio à parte. A febre da Laura só começava a deixar tudo mais claro e ressaltar os obstáculos, demarcar os limites do sonho e da realidade.
No terceiro dia, apesar de todo amparo e orientação que a médica da Laura nos dava de longe, precisamos recorrer ao posto de saúde mais próximo. Investimento, empenho. Deslocar-se em Algodões era muito mais desafiador que jamais poderia ser na realidade que deixamos pra trás. Difícil, caro, demorado. Sem muitas alternativas, o negócio foi confiar no diagnóstico do médico alopata, jovem, preconceituoso do próprio povo e do lugar onde morava. Infecção bacteriana por estafilococos. Se não pelo banho no rio que corta Algodões, então pela própria água do poço usada na higiene pessoal.
Algodões não foi um sonho que se realizou. Ao contrário, foi oportunidade para muitos aprendizados. Laura, que nunca havia tomado um antitérmico sequer, tomou até dipirona na veia e cumpriu com honra e glória – apesar de um tanto de choro e revolta – os sete dias de tratamento antibiótico. Bravura, persistência, resiliência, flexibilidade, inteligência que se constrói com o desencadear dos fatos. Sem aula. Sem ensinamento prévio. A força e a vida intrínseca dos movimentos. Sabedoria.
Se nossa busca era por poder amar, por um lugar mais justo e harmonioso para viver que enxergasse nas crianças as próprias linhas-guia para o novo mundo a se construir, Algodões foi impecável. A seu modo, um tanto aos trancos e barrancos, organizou esse grupo de 3 – quase 4 – que caminha junto. Ninguém precisou explicar nada para Laura. Depois da consulta com o médico, fomos almoçar e antes de conseguirmos pegar o taxi de volta para “Algodões, algodões, algodões”, Laura caiu de madura numa calçada e abriu o joelho. Nada grave, mas considerando que havíamos acabado de descobrir o poder das bactérias daquele lugar, voltamos ao posto de saúde para desinfetar e fazer um curativo.
Laura estava triste. Claro, assim como nós. Acreditamos. Sonhamos e nos empenhamos. Pesquisamos, investimos, apostamos. Mas, acima de tudo, percebermos juntos a importância de nunca perder de vista a realidade com bom humor e coragem para com esse fio de aço costurar aos poucos nossos sonhos à realidade. De dentro pra fora, do menor núcleo para os maiores, até sermos capazes de contagiar isso que hoje nomeamos sociedade com o melhor que cada um tem a oferecer. Sonhar como a disponibilidade básica para superar, transcender, elaborar, zerar, recomeçar.
Quando a enfermeira foi finalizar o curativo no joelho de Laura, minha filha deixou explodir uma gargalhada. – “Olha, mãe, esparadrapo! Como o Gustavo sempre fala quando você diz: “Algodões, algodões, algodões. Esparadrapo, esparadrapo, esparadrapo!”
O amor é uma
Canção
Que cantamos
Para alguém
Uma força,
Um fio de
Inspiração
Que nos conduz
Por entre
Momentos de
Eternidade
Sabedoria
É a luz da
Transcendência,
Superação,
Razão da existência
Uma entrega
Sincera, necessária,
Honesta
De quem somos
Para a única
E verdadeira
Razão de
Existir;
O outro
Sua beleza,
Seu encanto,
O fim da solidão
O cessar de qualquer
Pranto
Amor é
Tudo quanto acontece
E nos une
É o vórtice
Que coloca frente
À frente
Dois seres
Idênticos sempre
Apesar de diferentes
Seres como
Instrumentos
Seres como
Música
Canções
Mantras que
Resgatam o passado
Para fazer ressurgir
Sonhos
Sonhos de uma vida
Feliz
Nada além
Da simples
Felicidade
De poder expressar
Quem somos
E impregnar a realidade
Do mais puro
Êxtase
E ser UM
Com o mundo
Todo
Dentro de
Nós mesmos
Podendo oferecer
Um lugar
Perfeito
Pleno
Sagrado:
Todo espaço
Entre e
Ao redor
Daquele que ama
E o ser
Amado.
OM
Dia de Aniversário
Posted November 28, 2014
on:Eis que um
Dia chegou
A uma festa
Uma convidada
Especial
Que trouxe consigo
Beleza e
Sentido
Não ficou por ai.
Uma coisa
Puxa a
Outra
E já é difícil
Imaginar a vida
Sem essa
Particular
Companhia
Como se fosse
Possível
Ver formar
Todo dia
Algum arco-íris
Ou ser feliz
Sem motivo
Ou fazer pedido,
Sonhar junto.
Assoprar as velas
É respeitar o
Próprio instinto
De seguir em frente
Confiando na força
Do destino,
Na tenacidade do
Espírito e – !muito importante!
No valor de cada
Amigo
Aquilo que perseguimos
Pode ser grande
Ou simples
Como um bolo de fubá
Feito especialmente
Para celebrar
Um choro vem junto
Parece que não
Há êxito sem
Conflito
E a maior conquista
Fica sendo mesmo
O presente de
Fazer o necessário,
O mais correto,
O justo
E assim deixar que
Prossiga
O caminho
A cor,
A arte,
A beleza
Habitam nosso
Mundo como
Pontes para
Encontros,
Esconderijos,
Refúgios
Onde num piscar
De olhos
Somos um
… basta isso.
Mas por mais
Que nos empenhemos
Em tentar
Talvez não haja
Uma forma perfeita
Para expressar
O valor de um pedido
Atendido
Ou de um dia
De aniversário
Bem comemorado.
Ofertar quem
Somos
Parece o
Mínimo
Se é assim
Que venham
Mais muitos,
Infinitos!
rsrsrsrs
Mesmo que
Só dure
O tempo para
Foto
Esse respiro.
Desencontro
Posted November 22, 2014
on:Que eu vi
Não era você,
Claro que não,
Mas era o seu
Sorriso
E a alegria que ele
Desperta em mim
Que passeavam
Pela minha rua
Lá, um tantinho acima
Das bordas do portão
Passou algo tão lindo
Quanto teu sorriso
Por uma deliciosa fracãozinha
De segundo
Cheguei a sorrir de volta
Mas a lógica e a memória
Não me deixaram ir muito
Longe
No meu sonho
De ter conseguido chamar
Sua atenção
Bem quando
Corria pra outra
Direção Como se fosse possível
Existir Uma coisa
Sem
Outra coisa
Ás vezes acho que
Amar você
Também pode não ser
Uma questão de
Querer …
Quando passou de volta
Teu sorriso
Já não era mais
Teu
Ambos já S
Sabíamos que aquele
Bater de olho
Não passou de um sonho
Como aquele
Outro
Onde longe
Mania de esquecer e lembrar
Posted November 16, 2014
on:É praticamente uma mania de “ai ai”. Uma interjeição suave que com o próprio passar do tempo vai ficando mais canto e menos vocábulo. Ainda assim, parece sempre uma espécie de lamúria que, quiçá! um dia, poderá vir a ser música…. mas que enquanto isso não é mais do que um suspiro, anunciação de pranto, refúgio para uma doce melodia, uma valsa ou coisa parecida.
“Ai ai” como remédio e alívio em uma só sentença. Talvez, um jeito antigo de chamar para si a presença do próprio espírito. Ou reclamar a ausência de velhos amigos. A saudade de olhares e sorrisos. A impossibilidade de gemidos e encontros celebrados sem motivo. “Ai ai” diz a saudade quando bate ou a aquela pontinha de cansaço diante do trabalho realizado. “Ai ai” faz a sola dos sapatos descolados, velhos, laceados enquanto caminham para longe do portão até que se percam na rua, no cascalho, na estrada que leva ao desconhecido rumo da vida.
Vogais que se combinam espontaneamente para expressar o caráter infinito de tudo o que sinto. “Ai!” diz minha filha quando perde o traço nos limites da página onde imprime suas visões e descobre suas próprias limitações. A brabeza dela revela a mesma fúria que preciso todos os dias me dispor a domar. “Ai ai” é a minha inconformidade pelas bordas que insistem a me espreitar quando tudo o que urge é se derramar e amar. E meu assombro é a pequenez de toda resignação que pode habitar nessa mania de “ai ai”.
Amor, será?!
Posted November 12, 2014
on:De segundo em
Segundo
Encontro com o
Ímpeto de
Me declarar
Tua,
Fiel,
Alma gêmea,
Companheira e
Guerreira
Sem medo de
Sonhar e
Lutar
E se a separação é
Uma ilusão,
A distância que
Nos liga
Deve ser
O fato que
Me salva e
Coloca tudo no
Seu devido
Lugar
Onde basta
Amar
Será!?
E se ser feliz
É descobrir
A ordem que rege
O momento de cada
Estar
Quando permitimos
Saciar em
Primeiro
Lugar
Nossa necessidade de
Brincar
Você resiste
Me amar?
Posted November 10, 2014
on:Pela luz do
Teu olhar
Aos poucos me
Regenero
E mil pedaços
Desconexos
São pelo meu
Amor
Por ti
Descobertos
E se há alguma
Beleza naquilo que
Insiste em ficar
Expresso
É senão o
Silêncio que
Fazemos
Para ouvir o
Pranto que nos
Espreita
No assoviar do
Vento
Fotografia: Laura Dornelles